Os anos 70 no Brasil: do milagre ufanístico à abertura política
Com o fim do milagre econômico e o inicio da abertura política, novas formas de expressão foram possíveis, como o surgimento do movimento punk na periferia das grandes cidades e o aparecimento de músicos independentes que propunham uma nova roupagem estética para a MPB.
Desde o final dos anos 60 ao começo dos anos 70, a peça teatral, o livro, o filme, enfim o produto cultural que os censores julgassem inadequado ao momento político e ofensivo ao Estado seria proibido, e seus autores ficariam sob a estreita vigilância do Dops(Departamento de Ordem Política).
Foi nessas condições-jurídicas que se deu um grande crescimento da economia internacional do país. Com os trabalhadores coagidos a um regime de força, sem greves ou protestos e com dificuldades salariais, intensificou-se a produção, que cresceu a níveis nunca antes alcançados.
Entre 1970 e 1973, a economia brasileira viveu uma fase de euforia, para militares, tecnocratas, monopólio internacional, burguesia nacional e uma classe média urbana ascendente, batendo todos os recordes de desenvolvimento. Esse crescimento também tinha como base, uma política de progresso acelerado.
Reflexos da cultura
Na estreia do rock, no início dos anos 70, cresceriam os cabelos e os contornos de uma “cultura marginal”. Designada como “arte marginal”, “arte contracultural”, a cultura foi difundida no Brasil entre 1970 e 1973, com o surgimento da publicação alternativo – jornais e revistas como Pasquim, Flor do Mal, Bondinho, Presença, Verbo Encantado, Rolling Stones e outros, além de poesias mimeografadas. Na esfera musical, o desbunde da contracultura iria se refletir num rock brasileiro marcado pela forte influencia de modelos estrangeiros – Rolling Stones, Pink Floyd, Yes, Led Zeppelin, entre os preferidos ou pela tentativa de fusão com ritmos brasileiros.
Podemos destacar a forte influência do rock progressivo como Mutantes, O Terço, Som Nosso de Cada dia e outros, e o do rock mais pesado como Made in Brasil, Casa das Máquinas, Tutti Frutti, que acompanhou Rita Lee entre 1974 e 1978 etc. Os músicos tentavam misturar rock e sertanejo, também tentou misturar forró com rock, o que se resultou no “forrock”. Outra tentativa de unir tipos de musica foi feito por baianos que misturavam ritmos regionais com o rock, usando cavaquinho,sintetizadores e guitarras para fazer um som dançante. Um o fim do milagre econômico e o início da abertura política, novas formas de expressão foram possíveis, como o surgimento do movimento punk na periferia das grandes cidades e o aparecimento de músicos independentes que propunham uma nova roupagem estética para a MPB.
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